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05 junho 2012

Ciclos.

O fio da vida na navalha.
A penteadeira no canto do quarto, frio.
Paredes cheirando mofo.
O envelhecer apressado no olhar distante do cão.
Quem vai dizer das flores?
Quem vai escutar o vento brincar nas árvores?
O que descrever da dor?
As esquinas e o céu de cores e formas, imutável.
Os quarteirões secos e concretos sem fim.
O mesmo calor de outono.
Cores desgastadas lembram infância, felicidade.
O cansaço sem endereço.
Rostos sem contornos na multidão, que vão, vão e vão...
O que contar dos passos?
O que explicar aos olhos, ouvidos e boca?
O que tocar na vida?
Exaustão e iluminação num frasco intenso carmesim.

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